sábado, 23 de maio de 2009

A Cigarra n°6 -1985, um ano para lembrar


A edição de número 6 da Cigarra surge em 1985. Abre suas páginas com o poema:
“Na primeira noite, eles se aproximam/ e colhem uma flor de nosso jardim./ E não dizemos nada./ Na segunda noite, já não se escondem,/ pisam as flores, matam nosso cão. / E não dizemos nada./ Até que um dia, o mais frágil deles, entra/ sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua,/ e, conhecendo nosso medo,/arranca-nos a voz da garganta./ E porque não dissemos nada,/ já não podemos dizer nada.” Este poema atribuído a Maiakovski, na verdade se intitulava “No caminho, com Maiakovski”, do brasileiro Eduardo Alves da Costa, escrito nos anos 60. Embora divulgando material poético de todo o Brasil, a Cigarra acompanha atuação do Livrespaço que vai representar Santo André no Encontro Nacional de Escritores em Goiás, apresentado o trabalho “A Dependência dos Independentes” numa auto-analise da situação do escritor. E depoimentos sobre o as experiências com o Projeto Encontro Poeta/Leitor na Escola. A Cigarra esteve presente com o Livrespaço na VI Feira do Livro de Santo André, no estande da UBE (União Brasileira de Escritores) onde o grupo lançou a 3ª Coletânea Livrespaço – “Literatuando”. E finalmente a participação na Bienal do Livro de São José dos Campos, São Paulo. Um ano que deixou muitas boas lembranças.

A Cigarra n°5 -1984


A Cigarra n° 5 conta com os desenhos da poeta Margarita Lo Russo, que veio reforçar o Grupo Livrespaço de Poesia. Utiliza neste número o recurso da “letra set” (letras adesivas) para compor o título e detalhes gráficos. Vários foram os assuntos divulgados, entre eles a homenagem a Cora Coralina que recebeu em 20/06/84 na União Brasileira de Escritores o “Prêmio Juca Pato”, concedido ao Intelectual do Ano. Primeira mulher a receber este prêmio em 21 anos desde a criação do prêmio, a poeta contou com o apoio dos poetas independentes do ABC e a Cigarra realizou intensa campanha para sua eleição. Ainda notícias da participação do Grupo Livrespaço no Movimento Ecológico organizado pela poeta Cleide Veronesi em São Paulo, realizando recitais em praças públicas e o espaço conquistado pelo Livrespaço na Folha do ABC para discutir assuntos culturais. Outro assunto nada poético foi o assinato da jovem poeta Roseli Mingota, aluna de Tê Sávio que teria seus poemas publicados nesta edição.

A Cigarra n°4 e o Livrespaço de Poesia 1984


Em 1984 A Cigarra volta no quarto número, tamanho meio ofício, 22 páginas, informando sobre a atuação dos Poetas Independentes na Região do ABC. E as primeiras notícias nos jornais da região e da capital, sobre Grupo Livrespaço de Poesia e o Projeto Poetas/Leitor nas Escolas, do qual Jurema Barreta de Souza, participou como uma das fundadoras e durante seus 11 anos de existência e atuação literária, mas esta é outra história que em 2008 foi contada no livro “Seduzir para a Poesia: Trajetória do Grupo Livrespaço 1983-1984”, organizado por Dalila Teles Veras, Alpharrabio Edições. Além dos poetas que enviavam pelo correio seus trabalhos, eram divulgados os poetas do Livrespaço: Claudio Feldman, Dalila Teles Veras, Denil Tucci, Francis de Oliveira, José Marinho do Nascimento, Katsuko Shishido, Rosana Chrispim, Tônia Ferr e endereços dos correspondentes da Imprensa Alternativa. A Cigarra publica uma crítica de um leitor, ao número três, que diz: “Já que a Cigarra foi bimestral, trimestral agora é semestral. Por que não acabam de vez com esse jornalzinho de fundo de quintal? Levem em conta a perda de tempo...”. O que levou as editoras a responder com o aumento da tiragem para duzentos exemplares.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A Cigarra nº3 -1983


Em 1983 a Cigarra, ainda Jornal Literário, completou um ano e lançou o terceiro número. Através da Profª. M. Cecília de Moraes Pinto, da Fundação Santo André, que em 1982, escreveu o prefácio do livro Papoula & Amnésia lançado por Jurema Barreto de Souza e José Marinho do Nascimento, a Cigarra entrou em contato com o já famoso Jornal da Taturana, editado por Claudio Feldman , ex- aluno da faculdade. No segundo número Claudio Feldman já dá sua contribuição, participando e divulgando A Cigarra. Vários contatos com a imprensa alternativa foram realizados iniciando intenso intercâmbio. Este número três seria dedicado ao pai de Tê Sávio, uma das editoras, por uma fatalidade, o piloto Antonio Sávio, com quase 40 anos de voo sofre um acidente aéreo e a homenagem passa a ser póstuma. José Marinho do Nascimento participa com um poema que havia lhe dedicado. “Empírica Viagem”. Neste número já participavam poetas de outros estados. Foi lançada uma campanha para uma Biblioteca Alternativa da Fundação Santo André, angariando livros de poetas alternativos. O projeto não teve continuidade após a formatura das editoras. Datilografado na velha Remington e reproduzido no sistema de fotocópias, 100 exemplares do alternativo passam a circular para além dos limites da cidade de Santo André. O endereço da Cigarra passa a ser Caixa Postal 461, Agência Central dos Correios, por onde chegariam notícias de uma legião de poetas, seus livros e produções culturais.