sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A Cigarra n°18 - agosto de 1994


Em agosto de 1994, saia o n° 18. “ Por enquanto /há escória/de sobra./ O tempo é escasso -/ mãos a obra./ Primeiro / é preciso/ transformar a vida,/ para cantá-la -/ em seguida.” Maiakóvski . O editorial na capa, reflexões sobre a situação vivida: “Olho atenta para o tempo que passa e quando penso nesta nossa luta de formiguinhas literárias me orgulho muito e não consigo calar e desistir. Mudou a moeda, e como dizem, caímos na real e a realidade é estarrecedora, educação, saúde, cultura em baixa”. Eternas perplexidades e constatações que atravessam o tempo. A Cigarra nesta edição fala do despejo da União Brasileira de Escritores do prédio que pertence ao INSS, fato que causou muita insatisfação e repúdio por parte dos escritores, o que não adiantou nada e a UBE, acabou ficando longo tempo sem uma sede. Noticiamos que a Revista Livrespaço, ganhadora do Prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte), melhor realização cultural de 1993, encerrava com o oitavo número sua trajetória de dois anos. A poesia visual de Zhô Bertholini “Rimbaud here and now” ocupou a página 4, juntamente com a mail art “a poesia é uma arma carregada de futuro”. E nessa época eu realizava alguns poemas curtos para circularem nos “alternativos culturais”, geralmente com pouco espaço: “Hoje acordei plural/ pois plurais são todas/as saudades”. Jurema Barreto de Souza.

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