segunda-feira, 19 de abril de 2010

Revista Literária A Cigarra n°24 - Jan/Fev de 1996


Em 1996 a Revista Literária A Cigarra lançava seu n° 24 de janeiro/fevereiro dando notícias sobre a resistência literária e poética dos alternativos poetas e editores no seu editorial de verão, (que pode ser lido clicando sobre a imagem, atendendo ao questionamento de alguns leitores).
A capa realizada por João Antonio da Silva Sampaio, "CYBERIMAGE#051295", brinca com a linguagem, o visual e o desejo. Mesmo não sendo temática cada número sustentava uma linha tênue onde os poemas se atraiam e dialogavam. E a vontade continuava firme na poesia.

3 comentários:

  1. Mis saludos desde Santiago de CHILE, una gran revista y medio de difusión cultural, del Brasil profundo al mundo.

    Muchas gracias por compartir y felicitaciones,

    abrazo afectuoso y fraterno,

    Leo Lobos

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  2. Essa edição da Cigarra em particular, me inspirou para, anos mais tarde, lançar o meu fanzine Versos Livres..Encontrei essa edição nº 24,num arquivo da Secretaria de Cultura de Guarulhos,xerocopiei e levei para casa..a partir dessa,procurei outras edições..Acompanhei com prazer, toda a evolução da nossa querida Cigarra.. legal vcs a estarem compartilhando pela internet..abraços, sucesso, paz e poesia...

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  3. Jurema,
    é bom saber que ainda existe espaço para a arte independente. Sou poeta e cronista e tenho um blog onde divulgo meus trabalhos. Se puder, dê uma passada por lá. Seguem dois poemas do meu livro "Cabeça, tronco e versos". Grande abraço!

    SUJEITO OCULTO (Victor Colonna)


    O problema são as conjunções desconjuntadas
    As interjeições rejeitadas
    Os adjetivos desajeitados
    Os substantivos sem substância
    As relações de deselegância entre as palavras.

    É preciso superar o superlativo:
    O absoluto sintético
    E o analítico.
    Achar o verso
    Entre o verbo epilético
    E o pronome sifilítico.

    Falta definir o artigo inoxidável
    O numeral incontável, impagável.

    Resta procurar o objeto direto
    Situar o particípio passado
    E o pretérito mais-que-perfeito

    Desvendar a rima
    Desnudar a palavra
    Encontrar o predicado
    E revelar o sujeito.


    POST SCRIPTUM (Victor Colonna)


    Deixo para o mundo minha gastrite
    Minha enxaqueca e um pouco de azia
    As minhas madrugadas sem limite
    E a angústia sob o sol do meio-dia.

    Deixo também, como herança, a preguiça
    A luxúria,o orgulho e a ironia
    Uma dose de veneno e de cobiça
    E a descrença acrescentada à apatia.

    Podem levar meus amores relapsos
    Minha loucura crônica, os colapsos
    E um eventual resto de alegria

    Mas fica aqui comigo, guardado
    Aquele que será o meu legado
    Minha alma seca e minha poesia.

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