Em 1996 a Revista Literária A Cigarra lançava seu n° 24 de janeiro/fevereiro dando notícias sobre a resistência literária e poética dos alternativos poetas e editores no seu editorial de verão, (que pode ser lido clicando sobre a imagem, atendendo ao questionamento de alguns leitores).
A capa realizada por João Antonio da Silva Sampaio, "CYBERIMAGE#051295", brinca com a linguagem, o visual e o desejo. Mesmo não sendo temática cada número sustentava uma linha tênue onde os poemas se atraiam e dialogavam. E a vontade continuava firme na poesia.
Mis saludos desde Santiago de CHILE, una gran revista y medio de difusión cultural, del Brasil profundo al mundo.
ResponderExcluirMuchas gracias por compartir y felicitaciones,
abrazo afectuoso y fraterno,
Leo Lobos
Essa edição da Cigarra em particular, me inspirou para, anos mais tarde, lançar o meu fanzine Versos Livres..Encontrei essa edição nº 24,num arquivo da Secretaria de Cultura de Guarulhos,xerocopiei e levei para casa..a partir dessa,procurei outras edições..Acompanhei com prazer, toda a evolução da nossa querida Cigarra.. legal vcs a estarem compartilhando pela internet..abraços, sucesso, paz e poesia...
ResponderExcluirJurema,
ResponderExcluiré bom saber que ainda existe espaço para a arte independente. Sou poeta e cronista e tenho um blog onde divulgo meus trabalhos. Se puder, dê uma passada por lá. Seguem dois poemas do meu livro "Cabeça, tronco e versos". Grande abraço!
SUJEITO OCULTO (Victor Colonna)
O problema são as conjunções desconjuntadas
As interjeições rejeitadas
Os adjetivos desajeitados
Os substantivos sem substância
As relações de deselegância entre as palavras.
É preciso superar o superlativo:
O absoluto sintético
E o analítico.
Achar o verso
Entre o verbo epilético
E o pronome sifilítico.
Falta definir o artigo inoxidável
O numeral incontável, impagável.
Resta procurar o objeto direto
Situar o particípio passado
E o pretérito mais-que-perfeito
Desvendar a rima
Desnudar a palavra
Encontrar o predicado
E revelar o sujeito.
POST SCRIPTUM (Victor Colonna)
Deixo para o mundo minha gastrite
Minha enxaqueca e um pouco de azia
As minhas madrugadas sem limite
E a angústia sob o sol do meio-dia.
Deixo também, como herança, a preguiça
A luxúria,o orgulho e a ironia
Uma dose de veneno e de cobiça
E a descrença acrescentada à apatia.
Podem levar meus amores relapsos
Minha loucura crônica, os colapsos
E um eventual resto de alegria
Mas fica aqui comigo, guardado
Aquele que será o meu legado
Minha alma seca e minha poesia.