Editada em Santo André, SP (1982/2007) por Jurema Barreto de Souza e a partir de 1994 também por Zhô Bertholini e João Antonio da Silva Sampaio, mapeou durante 25 anos e 42 números,a produção poética e cultural independente, abrindo espaço para novas vozes e novos olhares.Participando intensamente da vida cultural de Santo André, circula no Brasil e exterior, divulgando a poesia, poetas, artistas plásticos, fotógrafos e criadores.
terça-feira, 25 de maio de 2010
POLICROMIA - Prefácio
A voz, para além da imagem
Não era sem tempo. Há muito Jurema devia aos seus leitores uma reunião de seus poemas publicados esparsamente ao longo das últimas duas décadas. Este Policromia dá ao leitor uma boa idéia do conjunto de sua produção poética, desde “Dalilas Siamesas”, publicado em 1987, conjunto este que abarca fases diversas, nas quais poemas que primam pela concisão convivem com poemas longos. Longo ou curto, entretanto, um poema de Jurema tem sempre a dicção lírica de Jurema, característica que a poeta conscientemente subscreve. Lilith assumidamente lírica, faz de sua condição de mulher (A vida torna-se bonita / como uma mulher / que se descobre no espelho”), cavalos (Dez mil cavalos / vinte mil asas / quarenta mil cascos / engolindo a escuridão) e luas (“Vem redonda a Lua / um seio imenso / no peito azul”) seus temas recorrentes e nomeia a ternura (“Sobre tua pele assumo / a cor do teu sonho / a medida dos teus passos”) com a mesma naturalidade com que aborda o erotismo (“Tudo é tragado, trigo e papoulas / na mesma massa misturados / e servido ao ponto de êxtase / com direito a dentes, unhas e salmos.”), sem receio de enquadramentos ou rotulações.
Desde sempre, a poeta Jurema não se limita a fazer poesia como também vive a poesia ou vive de forma poética, ou ainda, vive para a poesia, divulgando-a e dela fazendo uma maneira de estar no mundo, porque “Amanhã talvez / não haja outro poema.”.
A proximidade com Jurema, decorrente do convívio literária durante 11 anos no Grupo Livrespaço de Poesia, já faria de mim uma pessoa suspeita para assinar esta brevíssima apresentação. Ainda que admita que o livro dispense apresentações, a lembrança da nossa vivência na prática da crítica mútua, faz com que redija estas linhas com a certeza de isenção, acreditando que a própria poeta sabe como “ir além da imagem e ser a voz”. Convido o leitor a ouvi-la.
Dalila teles veras
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Obrigado pela gentileza do envio de seu cartão.
ResponderExcluirA árvore antes de ser grande, foi semente. E nós, somos a semente da poesia, pois ela se imanta em nossa alma, expandindo nossos sentimentos em forma de belos versos.
Eu, principalmente sou uma semente plantada desde 1954 e a árvore dela oriunda já produziu vários galhos floridos em forma de trovas (mais de 2.500), sonetilhos (mais de 250,na maioria personalizados) poemas e contos. Espero que ela floresça ainda mais.
Grande abraço.